Pedaços, 2017
Exposição na LAJE, Perdizes, São Paulo
O corpo é o veículo que abriga o que somos. É importante apropriar-se dele. A interação entre a psique e a carne. Dores e prazeres, físicos e psicológicos. Onde ficam as fronteiras dessas instâncias? É como se estivéssemos nos descobrindo e nos tornando ao mesmo tempo. O corpo é também uma narrativa. Pode se tornar um espaço sagrado ou profano conforme nossas percepções e crenças. De qualquer forma apropriar-se dele é condição indispensável. Mesmo esbarrando em limites morais ou legais sob a perspectiva jurídica ninguém deve nos obrigar a usá-lo como não queremos e também não devem nos impedir de usar como queremos. A questão de ser subjugado perpassa as relações de poder. Se existe uma propriedade que devia ser inalienável é o próprio corpo. O que é ser dono de si mesmo? Certamente isso transcende a ideia do corpo físico, mas não está dissociado dele. Também o uso político do corpo se faz necessário em tempos de repressão. O diálogo entre liberdade e limites morais, legais e artísticos nem sempre deve se sujeitar ao aval do outro, dos outros. Se algum aprofundamento semântico se dá na projeção da obra de um artista em seu próprio corpo fotografado, o uso da metalinguagem não se restringe a um recurso estético apenas. Exploração das possibilidades de linguagens na projeção de ideias-sentimentos-arte.